Wilker Leão é excluído da UnB, após ataques reincidentes à comunidade acadêmica

Foto: Secom UnB
Foto: Secom UnB

O estudante de História e youtuber de extrema direita, Wilker Leão, foi excluído da Universidade de Brasília (UnB). Diversas normas internas da instituição foram violadas, como desrespeito aos direitos humanos, calúnia, difamação, entre outras. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (5).

Contexto do caso

No final de 2024, Wilker Leão gravou vídeos não autorizados de professores e estudantes em sala de aula e os publicou em suas redes sociais, com milhões de visualizações. A argumentação para as gravações era que havia “doutrinação de esquerda” na UnB. Desde então, o youtuber foi suspenso da instituição duas vezes por dar continuidade às suas práticas. Em agosto de 2025, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal por calúnia e difamação, após publicar em suas redes sociais vídeos do professor da UnB, Estevam Thompson.

A decisão

O processo administrativo foi aberto na UnB para investigar a conduta de Wilker Leão. Uma comissão disciplinar foi formada para apurar os fatos, garantindo o direito de ampla defesa ao envolvido.

A partir do relatório final do referido processo administrativo e de parecer da Advocacia-Geral da União, a Reitora da UnB, Rozana Naves, decidiu pela exclusão de Wilker Leão por cometer as seguintes violações:

  • Reincidir em falta cominada com a pena máxima prevista para suspensão;

  • Caluniar, injuriar ou difamar membro da comunidade universitária;

  • Desacatar membro dos corpos docente, discente ou técnico-administrativo;

  • Praticar atos que violem direitos humanos e direitos fundamentais, na forma da Constituição Federal, dos tratados internacionais ratificados pelo Brasil e da legislação em vigor;

  • Praticar, no exercício de suas atividades acadêmicas ou em razão dela, ato incompatível aos valores e princípios da Universidade de Brasília.

Com a exclusão, Wilker Leão fica impedido de se matricular na UnB, em qualquer forma de ingresso, por no mínimo cinco anos. A Reitoria também encaminhou a decisão ao Ministério Público Federal, à Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional DF (OAB/DF), à Advocacia-Geral da União e ao Departamento de Polícia Federal para conhecimento e medidas cabíveis. 

“Não aceitaremos, dentro da universidade, práticas de violência contra nenhum membro da comunidade acadêmica, nem o uso de qualquer espaço para ataques, perseguições ou ganhos pessoais em redes sociais. As medidas aplicadas são um primeiro passo, e outras poderão ser tomadas na esfera cível e criminal. O que defendemos sempre é o diálogo respeitoso; contra todo o resto, permaneceremos firmes e mobilizados”, aponta Pedro Mandagará, diretor da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília - Seção Sindical do ANDES-SN (ADUnB-SN).

 

Publicado em 05 de setembro de 2025

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