Em defesa da soberania nacional, movimentos lançam a Rede pela Soberania em Brasília

Ataques à soberania brasileira e interferências externas motivaram a criação da Rede pela Soberania (RPS), lançada na última semana, 14 de agosto, em Brasília. A nova associação civil pretende atuar em duas frentes: como movimento social amplo e como entidade jurídica de suporte. Seu objetivo é promover, defender e fortalecer a soberania nacional em diversas dimensões, política, econômica, energética, alimentar, tecnológica, cultural e ambiental.

O ato de lançamento ocorreu na Praça Maior (Beijódromo), no Campus Darcy Ribeiro da UnB, reunindo movimentos populares, entidades e organizações da sociedade civil. A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB – S.Sind) esteve presente devido ao seu compromisso com a democracia, a soberania nacional e a defesa das instituições brasileiras.

Segundo os organizadores, a iniciativa surge em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil no que diz respeito à tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. Sanções essas que tem como objetivo pressionar o Poder Judiciário brasileiro, no que diz respeito à responsabilização dos atores envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. 

A Rede, portanto, busca fortalecer o apoio ao governo brasileiro, reafirmar a independência das instituições nacionais e respaldar os esforços diplomáticos do Itamaraty.

Estrutura da Rede

A Rede pela Soberana conta com 58 instituições e 401 adesões cidadãs.

O estatuto da organização define sua atuação com base em dez princípios fundamentais, tais como, democracia participativa, transparência, independência em relação a interesses externos e cooperação entre diferentes setores da sociedade, entre outros.

Na relação das atividades previstas estão: realização de estudos e pesquisas; promoção de debates estratégicos; incidência política e acompanhamento de políticas públicas e acordos internacionais que afetem a soberania do país.

Manifesto em defesa da soberania

Durante o lançamento do dia 14, foi apresentada uma carta-manifesto assinada por mais de 50 entidades. O documento reconhece a necessidade de aprimoramento das instituições democráticas, mas ressalta que esse processo deve ser conduzido pelo povo brasileiro, de forma soberana. 

O manifesto também critica setores que, segundo os signatários, aderiram à “chantagem em curso”, alinhada a interesses externos.

Entre os pontos destacados estão: a) revogação imediata da tarifa punitiva de 50% sobre o comércio brasileiro; b) defesa da independência das instituições democráticas brasileiras, em especial do STF e do Poder Judiciário; c) repúdio à aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e à revogação de vistos diplomáticos de magistrados; d) mobilização de lideranças políticas, empresariais e sociais, no Brasil e nos EUA, para restaurar uma relação bilateral baseada no diálogo, na soberania e no respeito mútuo; e) responsabilização legal de quem utiliza a chantagem como método político e judicial.

Por fim, a rede conclui que “curvar-se a imposições externas é abrir mão do nosso futuro, é negar a possibilidade de uma nação livre, justa e solidária”.

 

Publicado em 22 de agosto de 2025

Compartilhe: