Assembleia unificada reforça defesa da universidade pública e papel histórico da UnB no enfrentamento ao fascismo

A defesa da Universidade de Brasília (UnB) foi pauta central de uma assembleia geral realizada nesta quarta-feira (16) que uniu estudantes, docentes e técnico-administrativos no Ceubinho, no Instituto Central de Ciências (ICC Norte), no Campus Darcy Ribeiro.
A vice-presidente da Associação dos Docentes da UnB - Seção Sindical do ANDES-SN (ADUnB-S.Sind), Maria Luiza Pinho Pereira, destacou que a assembleia conjunta entre os três segmentos fortalece a luta política em defesa da educação pública. “Quem está na universidade pública tem o dever de lutar por quem está excluído, garantindo que a UnB seja um território livre e comprometido com os trabalhadores”, destacou.
Os ataques recentes de grupos de extrema direita contra a UnB foram destaques na fala do diretor da ADUnB, Nelson Inocêncio, que pontuou o papel da unidade entre as categorias na defesa de uma universidade democrática, laica e de qualidade.
“Vejo com muita preocupação o momento que nós estamos vivendo. A Universidade está sob o ataque da extrema direita, não podemos subestimar, não podemos tratar com desdém o que está acontecendo, porque não sabemos a real dimensão disso tudo. Esse é um ato unificado, mas mais do que uma assembleia precisamos pensar um fórum permanente entre os três segmentos, unir forças e trabalhar em defesa da universidade”, ressaltou Inocêncio, que é docente no Instituto de Artes Visuais da universidade.
A trajetória de resistência e defesa da democracia é parte da história da UnB desde a sua fundação, sobretudo no período da Ditadura Militar, que perseguiu estudantes, técnico-administrativos e professores. A assembleia desta quarta reforçou esse marco de enfrentamento ao autoritarismo.
“Esse é um espaço de produção do conhecimento crítico. Então, sabemos que incomoda. Historicamente a gente sempre incomodou. É por isso que a UnB é tão atacada, por isso que, por exemplo, figuras como Honestino Guimarães, Darcy Ribeiro, foram alvo em outros momentos históricos, de regimes autoritários”, observou o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes da UnB (DCE/UnB), Maktus Fabiano.
O desmonte da educação pública, a greve dos servidores técnico-administrativos, o aumento do discurso de ódio, a violação da liberdade de cátedra, entre outros temas também foram pautas da assembleia. Entre os encaminhamentos da reunião estão a construção de uma agenda de mobilização; a criação de um grupo de trabalho antifascista em defesa da UnB; fortalecimento da campanha em defesa do mandato de Glauber Braga.
As mobilizações buscam enfrentar as tentativas de intimidação da extrema direita e honrar o legado de luta e resistência da universidade.
Publicado em 17 de abril de 2025