UnB realiza cerimônia de outorga de diploma de Honestino Guimarães

Honestino Guimarães, representante da luta contra a ditadura militar e da defesa da democracia, dos direitos estudantis e da autonomia universitária, foi expulso da UnB em 1968, antes de concluir a graduação, e desapareceu durante o regime autoritário, em 1973. A cerimônia de outorga do título post mortem de geólogo a Honestino acontece no próximo dia 26 de julho, às 15h30, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB-S.Sind). O Conselho Universitário (Consuni) da UnB anulou, no dia 7 de junho, a decisão que havia desligado Honestino da instituição e aprovou, por aclamação, a concessão do diploma. 

A importância desse ato transcende ao próprio Honestino. “A luta pela justiça, pela democracia, pela educação pública e o resgate desta história são necessárias para que possamos construir uma Universidade mais forte, mais comprometida com nosso país. Este momento é muito importante para nós como Universidade, como docentes, como sociedade e a todos e todas discentes”, disse Eliene Novas, presidenta da ADUnB-S.Sind. 

O parecer da decisão aprovado no dia 7 de junho para concessão do título a Honestino - confira a íntegra - aponta que “Honestino Guimarães foi um notável líder estudantil cuja trajetória se entrelaça profundamente com a história da Universidade de Brasília e a luta contra a ditadura militar. [...] o simbolismo desse ato transcende esses aspectos mais diretamente relacionados ao próprio Honestino para compor uma inequívoca mensagem da instituição a toda a sociedade, deixando explícito o compromisso da UnB com a justiça, a democracia e a história [...]”, diz um trecho do texto.

Quem foi Honestino Guimarães

O jovem desaparecido pela ditadura nasceu em 28 de março de 1947, em Itaberaí (GO). Em 1965 Honestino Guimarães foi aprovado em primeiro lugar no vestibular para Geologia da UnB. Em 1968 foi eleito presidente da Federação dos Estudantes da UnB – ano em que foi preso a partir da invasão militar na Universidade e depois expulso da academia. Entre 1968 e 1973, Honestino viveu na clandestinidade, aos 26 anos foi sequestrado pelos militares e desapareceu. A confirmação pública só ocorreu em 1996, mas o corpo nunca foi encontrado.

Publicado em 19 de julho de 2024

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