Greve: governo aumenta percentual para 2025, mas mantém proposta de reajuste de 0% em 2024
A primeira semana de greve da categoria docente das Universidades Federais terminou com a quarta reunião da Mesa Específica e Temporária que debateu o reajuste salarial e a reestruturação da carreira na sexta-feira (19/4). A proposta apresentada pelo governo seguiu em 0% de reajuste para docentes do Magistério Federal em 2024, com reajuste salarial de 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.
Na proposta apresentada pelo governo mantiveram-se os valores de reajuste dos benefícios: o auxílio-alimentação passa de R$ 658 para R$ 1.000; a assistência pré-escolar de R$ 321 para R$ 484,90 e o valor per capita da saúde suplementar, dependendo do escalonamento, com valores maiores para quem tem menor salário e mais idade, pode ser reajustado em até 51%. A proposta de reajuste nos benefícios não contempla aposentadas e aposentados e pensionistas.
No que diz respeito às progressões e promoções, a proposta altera os percentuais de step – a diferença salarial recebida pelo docente toda vez que progride na carreira - o percentual passaria dos atuais 4% para 4,5% nos níveis 2 a 4 de adjunto C e associado.
Além disso, sobre a revogação da Instrução Normativa 66/22, o governo propôs a garantia do prazo de até 6 meses para pedidos de progressão/promoção sem perder a retroatividade, respeitando os critérios estabelecidos em cada instituição. No entanto, não há garantia de reconhecimento do tempo trabalhado entre a implementação da Instrução até a revogação da IN 66/22.
A reunião contou com a participação das entidades representativas ANDES-SN e Sinasefe e o secretário de relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), José Lopes Feijóo. Também estavam presentes técnicos do Ministério da Educação (MEC) e outros assessores, incluindo representantes da entidade cartorial que opera como correia de transmissão do governo.
A presidenta da ADUnB-S.Sind, Eliene Novaes, percebe que as greves nas Universidades Federais têm encontrado espaço para negociação. “A greve tem surtido efeito, mas ainda precisamos avançar nos acordos. A categoria docente da UnB precisa fortalecer ainda mais a mobilização em defesa da reestruturação da carreira, da valorização da Educação e da Universidade pública”.
A proposta apresentada nesta 4ª rodada de negociação da Mesa específica e Temporária será encaminhada para deliberação das bases, em rodada de assembleias que ocorrerão entre os dias 22 e 25 de abril.
A ADUnB-S.Sind realiza, na quarta-feira (24/4), Assembleia Geral Extraordinária que tem como pauta central deliberar sobre aceite ou não da proposta do governo pela base da UnB. A Assembleia acontece na sede do Sindicato e tem primeira convocação às 14h e segunda convocação às 14h30.
Publicado em 22 de abril de 2024