Assembleia marca início do 1º dia de greve de técnico-administrativos da UnB; ADUnB-S.Sind manifesta apoio

Iniciou nesta segunda-feira (11) a greve de servidoras e servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) em defesa, principalmente, da reestruturação da carreira e por recomposição salarial. A greve foi aprovada por unanimidade em Assembleia realizada no dia 28 de fevereiro e tem como principais pontos de reivindicação a ausência de avanços nas negociações com o governo federal, quanto às demandas apresentadas pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).
Na Assembleia que marcou o início da greve, servidoras e servidores técnico-administrativos da UnB receberam apoio de organizações, parlamentares, do DCE/UnB Honestino Guimarães e de outros sindicatos, como a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília - Seção Sindical do ANDES-SN (ADUnB-S.Sind).
“Agora vamos dizer aos governantes que somos importantes e temos uns dos salários mais baixos e sem vantagem direta. Somos quase 60 universidades em greve além dos institutos. Vamos colocar o bloco na rua para sermos vitoriosos”, informou na reunião, o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima.
De acordo com a representante da Fasubra na Assembleia, Márcia Abreu da Silva, em todo o país 69 universidades estão mobilizadas para a greve, sendo que 67 são filiadas à Fasubra. Nesta segunda (11) data que marca o início da greve, com tempo indeterminado, 32 universidades já estão em greve e 18 farão assembleias no decorrer da semana. “Sem os técnico-administrativos, o tripé de educação de ensino, pesquisa e extensão, não se realizaria”, destacou Márcia.
Entre os eixos principais de reivindicações estão: recomposição orçamentária das instituições no mínimo ao patamar de 2015; revogação da IN /2023 que impede direito de greve; 30 horas para todos; não ao ponto eletrônico; reposicionamento dos aposentados; deposição dos Reitores Interventores; contra a Reforma Administrativa; revogação da Lei da EBSERH, entre outras pautas.
“Nós entendemos que estamos em um momento crucial, onde temos clareza de que a força da nossa luta de base é o que dará conta da organização em torno da defesa de nossos salários e das nossas carreiras. Infelizmente, as reuniões com o governo federal não têm o resultado que gostaríamos em relação à negociação. A proposta do governo de reajuste zero em 2024 é uma proposta inaceitável. Entendemos que não se trata apenas de reajuste salarial, é um debate sobre as nossas carreiras, que é fundamental a gente retomar nesse governo, uma vez que temos muitos prejuízos acumulados nos últimos seis anos, com congelamento salarial, com ausência de concurso público, com o esvaziamento do serviço público”, observou a presidenta da ADUnB-S.Sind, Eliene Novaes, que completou: “essa é uma pauta mais ampla que salarial, é uma pauta de carreira, é uma pauta de defesa da educação pública, de defesa da universidade pública”.
A presidenta da ADUnB-S.Sind informou também sobre a aprovação da construção da greve do ANDES-SN no 42º Congresso do Sindicato Nacional, realizado em Fortaleza entre os dias 26 de fevereiro a 1º de março. “Nós vamos entrar num processo, de debate sobre construção da greve, que deverá ser deliberada pela categoria docente em Assembleia. De 11 a 21 de março as Associações docentes estarão em assembleias para fazer um debate sobre a greve dos docentes. Vamos juntos, vamos construir e fortalecer a universidade pública e por sua vez fortalecer as nossas condições salariais e de carreira”, destacou.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também participou da Assembleia e ressaltou a importância da valorização de servidores e servidoras para o cumprimento da função e potencial da Universidade Pública. “Depois de anos obscuros há pressa em fortalecer as universidades e a valorização dos servidores é fundamental para isso”, afirmou.
O deputado distrital, Fábio Félix (Psol-DF) se solidarizou com o movimento destacando que “a universidade foi importante para superar a era tenebrosa pela qual o país passou” e que os técnico-administrativos são “carreira típica de Estado, fundamental para o país”.
A próxima Assembleia da categoria acontece no dia 18 de março, na Praça Chico Mendes.
Publicado em 12 de março de 2024