Estudo do Dieese aponta as desigualdades e desafios das mulheres no mercado de trabalho
Com salários ainda 29% mais baixos que o dos homens, as mulheres do Distrito Federal já representam 747 mil trabalhadoras. Muitas delas, 31%, ainda na informalidade. Os dados fazem parte do levantamento "Mulheres: Inserção no mercado de trabalho", divulgado na quarta-feira (6/3) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Os dados foram coletados a partir dos números do quarto trimestre de 2023 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda que a análise dos dados do últimos meses de 2023 indique melhora em relação a 2022, as desigualdades persistem. “Com mais horas dedicadas aos afazeres domésticos, as mulheres, além de serem maioria no contingente de desocupados - 99 mil só no DF-, enfrentam dificuldades de crescimento profissional e de chegar aos cargos de direção e gerência; estão alocadas em ocupações com vínculos formais e ganham menos do que os homens”, alerta o estudo.
Quando se fala em informalidade do mercado de trabalho, mulheres que atuam no mercado por conta própria, o estudo ainda traz um dados alarmante. Estas trabalhadoras ainda representam um enorme contingente de mulheres negras e não negras em subocupações, com poucas horas de trabalho e rendimentos baixos, sem acesso à proteção da lei. No Distrito Federal, cerca de 28% das mulheres empregadas recebem um salário mínimo. Destas, mais de 33% são negras.
Ainda existe a questão da regularização do trabalho por conta própria. De acordo com o documento do Dieese, “entre as quase 8,9 milhões de brasileiras que se inserem como conta própria no mercado de trabalho, apenas parte tem acesso a benefícios e direitos legais, garantidos pela abertura de MEI e do Simples, enquanto outras milhões lutam para trabalhar e manter a família, vivenciando situações muito precárias de ocupação e renda, sem qualquer proteção legal ou perspectiva de aposentadoria. São trabalhadoras para as quais deveriam ser desenvolvidas, com urgência, políticas públicas”.
No que diz respeito à escolaridade das mulheres, “aquelas que atuavam por conta própria e tinham maiores rendimentos possuíam também mais anos de estudo. Entre as trabalhadoras por conta própria do 1º quintil, o nível de escolaridade mais frequente foi o ensino médio completo (39,1%) e fundamental incompleto (26,2%), enquanto no 5º quintil, 65,8% das ocupadas tinham o ensino superior completo e 21,5%, o médio completo”.
Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui.
O infográfico por regiões do Brasil pode ser acessado aqui.
Publicado em 07 de março de 2024