Governo Bolsonaro bloqueia mais de R$ 244 milhões do Ensino Superior

Nesta segunda-feira (28) veio à tona que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), no apagar das luzes do mandato de Bolsonaro realizou mais uma retirada de recursos.

De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) o novo bloqueio é estimado em R$ 244 milhões, mas pode ser maior. No total, os cortes no MEC ultrapassam o valor de R$ 1 bilhão de reais.

A retirada dos recursos garantiriam o pagamento de despesas variadas como luz, terceirizados, bolsas, entre outros. Segundo a Andifes, essa nova retirada inviabilizará o funcionamento de muitas instituições.

“Como é de conhecimento público, em vista dos sucessivos cortes ocorridos nos últimos tempos, todo o sistema de universidades federais já vinha passando por imensas dificuldades para honrar os compromissos com as suas despesas mais básicas. Esperamos que essa inusitada medida de retirada de recursos, neste momento do ano, seja o mais brevemente revista, sob pena de se instalar o caos nas contas das universidades. É um enorme prejuízo à nação que as Universidades, Institutos Federais e a Educação, essenciais para o futuro do nosso país, mais uma vez, sejam tratados como a última prioridade”, destaca um dos trechos da nota da Andifes.

A reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, informou que na tarde desta segunda-feira (28), durante o jogo do Brasil na Copa do Mundo, “nossos técnicos começaram a ver movimentação de retirada de limite dos nossos orçamentos, que nada mais é do que retirar recursos das nossas universidades”.

De acordo com a Reitora, foram retirados da UnB recursos na ordem de 2 milhões de reais. “Nós estávamos durante o dia de ontem (28) fazendo remanejamentos internos para poder pagar a empresa de manutenção dos nossos edifícios e agora ficamos sem esses recursos. Não é o primeiro corte neste ano e nós esperamos que seja revestido”, ressaltou.

Em nota o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) destacou que aguarda o MEC oficializar os cortes. “Na esperança de que esse novo indicativo não passe de um mal-entendido, ao tempo em que entende que é impossível fazer uma gestão eficiente diante de tanta instabilidade, ao prejudicar o que a Rede Federal tem de melhor - seus estudantes”.

Nas redes sociais, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) nomeou como covardia o novo ato do governo Bolsonaro. “Governo Bolsonaro fez cortes de R$ 1,7 bilhão no orçamento da Educação e bloqueia R$ 244 milhões das universidades. Sempre foi um governo inimigo da educação e não seria diferente no apagar das luzes do pesadelo”.

Para a presidenta da ADUnB-S.Sind, Eliene Novaes, os cortes representam mais um ataque às universidades públicas e fazem parte de uma política de governo. “Esses cortes fazem parte de uma estratégia, que é uma política desse governo de destruir a universidade pública, de entregar a universidade pública para a iniciativa privada dado todos os movimentos que já foram feitos ao longo desses anos. Não podemos esquecer que os cortes integram essa estratégia de desmonte da Educação Pública, assim como o congelamento salarial, a diminuição dos recursos para bolsas de pesquisa de iniciação científica, a retirada do direito à progressão dos professores e muitas outras ações que fazem parte da política deste governo, que é o sucateamento das universidades”.

A Presidenta, destaca ainda a urgência da mobilização das instituições e de toda a categoria docente para defender a Universidade destes ataques. “Essa é uma política do governo federal para favorecer as instituições privatistas da educação, que querem se legitimar para transformar a educação em mercadoria, nossa luta é para defender a Universidade Pública, gratuita, laica de qualidade para todos e todas”, finaliza.

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Publicado em 29 de novembro de 2022

Fonte: Comunicação ADUnB-S.Sind
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