Pesquisa demonstra que docentes mulheres têm carreira penalizada após maternidade



Dados preliminares de uma pesquisa promovida pela organização Parent in Science indicam a maternidade como um fator negativo para a carreira de mulheres docentes. A divisão sexual do trabalho impõe sobre as mulheres a responsabilidade pelo trabalho doméstico, emocional e pelo cuidado com os filhos, o que dificulta o exercício do trabalho formal pelas mães.


Ao não considerar as especificidades da maternidade, as agências de fomento acabam promovendo discriminação de gênero. Das 1.650 mulheres que responderam ao questionário, 82% considera que a maternidade impactou negativamente a progressão de sua carreira, e tiveram dificuldades em obter financiamento para suas pesquisas devido à queda da produção acadêmica. A maioria declarou que só conseguiu retomar o ritmo de trabalho de três a quatro anos após a gravidez.


A Parent in Science (Pais na ciência), criada em 2017 por cientistas brasileiras, pretende expor essa realidade e subsidiar a estruturação de políticas públicas para as mães pesquisadoras. Os dados ainda estão sendo levantados e, até o fim de 2019, deve ser publicado um artigo com o detalhamento das informações.

Publicado em 27 de junho de 2019

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