Bolsonaro quer congelar salário de servidores públicos e pede apoio a governadores
O presidente Jair Bolsonaro, em reunião nesta quinta-feira (21/05) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e governadores de todo o país, disse que deverá sancionar ainda hoje o auxílio aos estados, e pediu aos líderes estaduais apoio para o congelamento de salários de servidores públicos até o dia 31 de dezembro de 2021, o que, de acordo com o jornal Correio Braziliense, foi aceito por unanimidade.Bolsonaro afirmou que o congelamento do aumento do salário de servidores públicos é o remédio 'menos amargo' e pediu apoio para que as bancadas regionais no Congresso não derrubem o veto, o que blindaria categorias do congelamento salarial previsto até o fim de 2021. "Então aqui, nesse projeto, o que a gente pede apoio aos senhores é a questão da manutenção de um veto muito importante, que foi largamente discutido, que atinge parte dos servidores públicos. [...] A cota de sacrifício dos servidores, pela proposta que está aqui, é não ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem. [...] É bom para o servidor, porque o remédio é menos amargo, mas é de extrema importância para todos os 210 milhões de habitantes", disse o presidente.
A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) repudia o posicionamento dos governadores e as afirmações do presidente, e entende que os servidores públicos federais não devem pagar a conta quando o governo, os bancos e os grandes empresários não se dispõem a tomar o mesmo 'remédio amargo'. A ação do presidente é um ataque frontal aos serviços públicos brasileiros e à categoria dos servidores e servidoras, cuja importância tem se mostrado vital à população brasileira neste momento de enfrentamento à pandemia da Covid-19. E o posicionamento dos presidentes do Senado e Câmara Federal traem o conjunto de deputados e senadores que decidiram pela exclusão de categorias do serviço público do congelamento salarial.A decisão de hoje é mais um passo no desmonte do estado brasileiro e atinge diretamente a educação. "O congelamento proíbe as progressões dos professores das universidades públicas federais, tornando ainda mais frágil o sistema educacional, que vem sofrendo um processo de desmonte, juntamente com a saúde pública, desde a aprovação da Emenda Constitucional 95", afirma Liliane Machado, diretora da ADUnB.
Machado reforça que as decisões do governo vão na contramão da maioria dos países neste momento de emergência sanitária global com a pandemia do novo Coronavírus. "A posição do governo enfraquece ainda mais a produção de ciência, fragilizando ainda mais o Brasil neste momento tão delicado", pontua a professora .Com informações do Correio Braziliense
Publicado em 21 de maio de 2020