Bancada do DF defende posse da reitora da UnB


Deputadas e deputados federais do Distrito Federal enviaram um ofício ao presidente Jair Bolsonaro, em que defendem a posse da reitora reeleita pela Universidade de Brasília, Márcia Abrahão Moura.


Os parlamentares destacaram a atuação da reitora durante os quatro anos de mandato e a relevância da UnB para o desenvolvimento local e nacional. “A reitora mantém interlocução com parlamentares de todas as legendas e atua para a promoção da ciência e da educação no país”, destaca o documento. Leia na íntegra aqui.


Márcia Abrahão foi reeleita com 54% dos votos pela comunidade universitária e com 96% dos votos pelo Consuni, o colegiado máximo da UnB.


Toma posse, Democracia!


Desde o resultado da Consulta UnB 2020 (www.consultaunb.com.br), a comunidade universitária está mobilizada pela nomeação. O Comitê em Defesa da UnB, formado pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), pelo Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Federais do Distrito Federal (Sintfub/DF), Diretório Central dos Estudantes (DCE) Honestino Guimarães e a Associação de Pós-graduando(as) Ieda Delgado (APG), tem se reunido para traçar estratégias em defesa da democracia.


A campanha #tomapossedemocracia busca garantir que Márcia Abrahão seja nomeada pelo presidente, que tem até o dia 22/11/2020 para referendar a escolha da comunidade acadêmica da UnB. “Observamos nos últimos tempos casos de universidades em que o governo federal, ao realizar a nomeação para reitoria, não considerou a opinião da comunidade acadêmica”, explica Cintia Isla, coordenadora geral do DCE. “ campanha "Toma posse, democracia!" parte de uma reflexão entre os segmentos da UnB da necessidade de construir uma mobilização em unidade para que o governo federal respeite a democracia e nomeie para a reitoria da Universidade de Brasília a professora Márcia Abrahão”, destaca a estudante.


Para Jacques de Novion, presidente da ADUnB, defender a posse da reitora eleita é defender a democracia e a autonomia da Universidade Pública. “A democracia e a autonomia são pilares fundamentais, norteadores da UnB desde sua criação”, afirma o professor. “É imperativo para a saúde da democracia que a escolha feita pela comunidade universitária e pelo Consuni seja respeitada”, concorda Raíssa Vaz Mendes, presidente da APG.


Edmilson Lima, da direção do Sintfub, reforça que a comunidade está unida para garantir a posse da reitora eleita. “A UnB, em toda sua trajetória, sempre lutou pelo fortalecimento da democracia, pela ciência e a democratização do ensino no nosso país. Mesmo em meio à pandemia, realizamos uma consulta para reitor de forma exemplar e queremos que a democracia seja respeitada”, disse Lima.


Ação no STF


A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6.565) questiona, no STF, o poder do presidente Jair Bolsonaro sobre decisão de nomear reitores e vice-reitores de universidades e institutos federais. A ideia da medida, protocolada pelo Partido Verde, é impedir que Bolsonaro interfira ideologicamente nas nomeações das instituições, obrigando o governo federal a empossar os vencedores das eleições acadêmicas.


Até esta quarta-feira (14), quatro ministros votaram para garantir que a nomeação siga critérios previstos em lei, respeitando lista tríplice de candidatos apresentada pelas instituições. Votaram favoráveis à ação os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Celso de Mello. O Supremo tem até a próxima segunda-feira (19) para terminar a análise da ação.


Publicado em 14 de outubro de 2020

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