ADUnB propõe articulação para construção de paralisação nacional em defesa da Palestina
A diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília – Seção Sindical do ANDES-SN (ADUnB-S.Sind) encaminhou, nesta terça-feira (4), um ofício ao Sindicato Nacional propondo a construção de uma paralisação nacional em defesa da Palestina e contra o genocídio em curso. A iniciativa foi aprovada por unanimidade na assembleia da categoria, realizada em 20 de outubro.
A proposta solicita que o ANDES-SN discuta o tema durante a reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino e no Congresso do Sindicato Nacional, previsto para março de 2026. Além disso, a categoria reivindica a participação, como convidados, de uma delegação de docentes palestinos no Congresso.
O objetivo da articulação é unificar a ação do corpo docente das instituições de ensino superior em torno da pauta da Palestina Livre, fortalecendo a denúncia do genocídio perpetrado por Israel contra o povo palestino e ampliando a solidariedade internacional.
A barbárie continua
Nos últimos dois anos, desde a escalada do confronto entre Hamas e Israel, mais de 67 mil palestinos foram mortos e mais de 170 mil ficaram feridos, segundo entidades de saúde em Gaza. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 90% das residências foram danificadas ou destruídas, enquanto 84% das unidades de saúde e 87% das escolas e universidades estão impossibilitadas de funcionar. Quase toda a população foi deslocada de suas casas e enfrenta fome, escassez de água e condições de vida precárias.
Mesmo após o cessar-fogo firmado em 10 de outubro, os bombardeios em Gaza persistem. Desde a assinatura do acordo, mais de 150 pessoas foram mortas por ataques israelenses. Embora todos os reféns vivos tenham sido entregues pelo Hamas, a devolução dos corpos das vítimas fatais não foi cumprida dentro do prazo estipulado.
“Diante desse cenário estarrecedor, é fundamental construirmos uma paralisação nacional contra o genocídio palestino como forma de unificar os esforços que já estão sendo realizados em todo o país — como o rompimento de relações institucionais de diversas universidades com Israel. Essa ação também busca dar visibilidade à luta pelo rompimento das relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas do Brasil com Israel, conforme vem sendo pautado pelo ANDES-SN”, destacou Maria Lídia Bueno Fernandes, presidenta da ADUnB.
Publicado em 06 de novembro de 2025